quinta-feira, 12 de maio de 2022

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E MEDIAÇÃO NAS AULAS DE GEOGRAFIA: UMA DISCUSSÃO NECESSÁRIA

 

Na atualidade estudos realizados e pesquisas produzidas discutem o ensino da geografia, qual o seu papel no ensino e sua contribuição para a análise da sociedade atual e a formação de conhecimento. Assim Straforini (2004) se faz algumas perguntas.Para que ensinar geografia?Porque aprender geografia? Ele deixa bem claro que o “ensino da geografia é trazer à tona as condições necessárias para a evidenciação das contradições da sociedade através do espaço”. E cabe ao ensino da geografia contribuir para a formação de conhecimento.

O aluno, sujeito do processo ,em atividade diante do meio externo o qual deve ser “inserido” no processo como objetivo de conhecimento ,ou seja, o aluno deve ter com seu meio (que são os conteúdos escolares ) uma relação ativa ,como espécie de desafio que o leve ao desejo de conhecê-lo.(CAVALCANTI, 2012, p. 42)

E nesse processo que se faz de forma consciente e intencionalmente dirigida por outro agente bastante importante que é o professor que se apresenta e propõe os seus conteúdos com seus devidos problemas e dilemas. “Quando um professor traz um tema para o contexto do aluno ,fazendo-o sentir-se no espaço e no tempo que analisa ,promove significações que permite uma construção mais solida do conhecimento”. (ANTUNES, 2001, p.33)

Para ocorrer o processo de aprendizagem significativa, o professor deve desenvolver algumas competências e destacamos as principais que segundo o autor é :

O professor deve organizar e dirigir situações de aprendizagem, o bom professor não é apenas o que transmite conteúdo, mas um verdadeiro especialista em aprendizagem, que conhece os meios, para propiciá-la, adaptando-os à sua disciplina, [...]. (ANTUNES, 2001, p.42)

Antunes (2001) relata a importância dos estudos de David Ausubel1 sobre a mente apresentando os conceitos de forma mecânica ou significativa. Então o que é aprendizagem significativa e em que se distingue da forma mecânica? Segundo o autor:

A aprendizagem significativa é o processo pela qual uma nova informação se relaciona de maneira não arbitrária e substantiva (não literal) à estrutura cognitiva do aprendiz. Quando não aprendemos de maneira significativa resta-nos a alternativa a aprendizagem mecânica ou automática, quando as novas informações são adquiridas sem interação com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Sabemos que a aprendizagem mecânica não conduz a construção de conhecimento. (ANTUNES, 2001, p.30)

Assim Ausubel traz o conceito de aprendizagem significativa, como sendo um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do individuo. A aprendizagem mecânica, segundo Ausubel, como sendo a aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma interação com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Nesse caso, a nova informação é armazenada de maneira arbitrária. Não há interação entre a nova informação e aquela já armazenada. O conhecimento assim adquirido fica arbitrariamente distribuído na estrutura cognitiva sem relacionar-se a conceitos subsunçores específicos. A partir das colocações acima fica evidente a diferenciação entre um ensino inovador sócioconstrutivista, de outro totalmente tradicional e contrário, tido e visto como sendo retrogrado e superficial sem práticas inovadoras que despertem no aluno, um novo sentido em aprender, sem achar o conteúdo simplório e desnecessário, para a contribuição em sua formação pessoal.

Ainda sobre uma visão tradicional e “inovadora”,Paulo Freire traz a sua visão sobre a temática que fica bastante evidente quando traz uma proposta dialógica que define de “educação libertadora”na qual ninguém educa ninguém, existe um relacionamento interpessoal saudável entre aluno e professor, o que facilita a aprendizagem, essa é uma educação problematizadora, pois rompe com a verticalidade da educação bancária ou tradicional, ao mesmo tempo em que busca promover a liberdade do aluno oprimido, oferecendo as condições para que o educador seja também educando, e o educando seja professor. Essas duas visões separam o ensino conhecido como “tradicional” do “inovador” (FREIRE, 1970).

Pertencentes à visão inovadora, novos métodos de ensino são desenvolvidos, tendo o aluno como agente ativo no seu próprio processo de aprendizagem. A partir dessa visão passou-se a enfatizar a relevância de cada conteúdo para o educando, conforme os seus conhecimentos prévios, que servirão de ancoradouro para a aquisição de novos conhecimentos (AUSUBEL, et al., 1980).

O professor como facilitador de aprendizagem e mediador dos eventuais conflitos, precisará estabelecer, também, uma relação interpessoal com seus alunos, esses por sua vez, poderão expor suas idéias sem medo de repressão, pois os professores estarão mais dispostos a ouvir, especialmente os sentimentos dos estudantes, o que diminui as dificuldades interpessoais, e a atmosfera, assim formada, propiciará a espontaneidade, pensamento criativo e trabalho auto dirigido, de maneira que os alunos então descubram sua própria responsabilidade individual por sua aprendizagem (MILHOLLAN e FORISHA, 1978).

              A mediação em sala de aula tem por objetivo, nada mais que ser uma forma prática e eficaz de um meio de transição, do mediador nesse caso o professor com o mediado o aluno. O mediador está preocupado qual metodologia a adotar, a didática correta. E para esclarecer melhor o significado de mediação, Vygotsky (apud OLIVEIRA, 2002) esclarece: “mediação em termos genéricos é o processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação; a relação deixa, então, de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento” (OLIVEIRA, 2002, p. 26).

Fica nítido como é fundamental e importante à função do educador, no processo de aprendizagem, pois, ensinar sem saber mediar os conteúdos, as práticas, as vivencias dos estudantes nada mais é, que um ato comum de lidar com algo sem esperar nada em troca como se fosse uma troca de receitas prontas onde, o que importa é que essa fórmula foi passada e não levando em consideração se o outro de fato aprendeu, ou não, por que no final isso é o que menos importa.

Vygotsky afirma que educar é nutrir possibilidades relacionais. Nessa perspectiva, ensinar e aprender traduzem-se num encontro que revela e que compromete. “Se, do ponto de vista científico, negamos que o professor tenha a capacidade mística de ‘modelar a alma alheia’, é precisamente porque reconhecemos que sua importância é incomensurável mente maior” (VYGOTSKY, 2003, p.76). Já no pensamento de Paulo Freire, a relação sujeito-sujeito e sujeito-mundo são indissociáveis. Como ele afirma (2002, p. 68), "Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, midiatizados pelo mundo".

Ainda sobre mediação qualitativa, Paulo Freire (1985) destaca o diálogo como a forma mais segura para a educação e a libertação de todos os homens e todas as mulheres, opressores e oprimidos. A forma imperativa de transmissão do conhecimento, característica do modelo tradicional, só faz, segundo ele, reforçar a dominação cultural e política, impedindo a conscientização dos homens e das mulheres.

Paulo Freire (2002) critica a educação bancária, onde o professor e a professora depositam os conhecimentos nos alunos e nas alunas narrando-os e conduzindo-os à memorização mecânica dos conteúdos narrados. Em suas palavras,

Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão – a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra sempre no outro. O educador, que aliena a ignorância, se mantém em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processos de busca. (FREIRE ,2002,p. 58)

Contra esse tipo de mediação professor detentor do conhecimento, e aluno sujeito passivo e receptor, que Freire traz em sua teoria dos oprimidos, essa nova forma de se desenvolver, a prática de ensino aprendizado, com isso, para Paulo Freire (2002, p. 70), “a educação como prática da liberdade, ao contrário daquela que é prática da dominação, implica a negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim como também a negação do mundo como uma realidade ausente dos homens”.

De acordo com Gadotti,(2002), cabe à escola na concepção freireana:

Amar o conhecimento como espaço de realização humana, de alegria e de contentamento cultural; cabe-lhe selecionar e rever criticamente a informação; formular hipóteses, ser criativa e inventiva (inovar): ser provocadora de mensagens e não pura receptora; produzir, construir e reconstruir conhecimento elaborado. E mais: numa perspectiva emancipadora da educação, a escola tem que fazer tudo isso em favor dos excluídos. Não discriminar o pobre. Ela não pode distribuir poder, mas pode construir e reconstruir conhecimentos, saber, que é poder. A tecnologia contribui pouco para a emancipação dos excluídos se não for associada ao exercício da cidadania. (GADOTTI,2002 p.70)

O papel do professor, a mediação pedagógica, no “novo” processo de aprendizagem,e suas múltiplas interações (aluno -professor –aluno). Como se manifesta essa mediação pedagógica?

Embora, vez por outra ainda desempenhe o papel de especialista que possui conhecimento e/ou experiências a comunicar, no mais das vezes desempenhará o papel de orientador das atividades dos alunos, de consultas, de facilitador da aprendizagem de alguém que pode colaborar para dinamizar a aprendizagem do aluno, desempenhará o papel de quem trabalha em equipe, junto com o aluno, buscando os mesmos objetivos. (MASETTO, 1998, p.142)

Nesse processo o professor desempenha um novo papel que segundo pesquisadores e autores eles não estavam acostumados, pois sentiam-se seguros com o papel tradicional de comunicar ou transmitir algo que conheciam bem.

Sair dessa posição, entrar em dialogo direto com os alunos, correr o risco de ouvir uma pergunta para a qual no momento talvez não tenhamos respostas, e propor aos alunos que pesquisemos juntos para buscarmos a resposta tudo isso gera grande desconforto e insegurança, confiar no aluno; acreditar que ele é capaz de assumir a responsabilidade pelo processo de aprendizagem junto conosco; assumir que o aluno, apesar da idade, é capaz de retribuir atitudes adultas de respeito dialogo, de responsabilidade [...] (MASETTO, 1998, p.142)

Então paramos pra refletir sobre esse novo papel do professor e do aluno. Quais são suas responsabilidades? Cabe ao professor selecionar o que é importante ensinar como selecionar, no contexto de sala de aula, tendo clareza quem são seus alunos e porque precisam aprender, para decidir o que ensinar e qual a melhor estratégia de ensino.

O trabalho escolar só pode ser pensado, a partir do /para o grupo envolvido. [...] Cabe os educadores a tarefa de comandar a mudança da escola. Somos os principais agentes na produção de um saber escolar voltados para os interesses e perspectivas dos nossos contextos específicos [...]. (SILVA, 2004, p.43).

O professor nesse processo de aprendizagem tem que propiciar os principais elementos teóricos e os meios cognitivos e operativos de desenvolver consciência da espacialidade das coisas, mostrar o estudante como ele está inserido e como faz parte do espaço geográfico. E para se desenvolver esse pensamento espacial é necessário, obviamente, (re)construir a noção de espacialidade. Para Milton Santos (1996 p.51) parte da compreensão de espaço como um “conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá”. Então cabe ao professor a responsabilidade de propiciar ao aluno diversas possibilidades interpretativas do espaço geográfico, para que o educando possa interagir criticamente e buscar ao máximo desenvolver as relações espaciais topológicas etc. ou seja, utilizar o espaço vivido, percebido e concebido do aluno, buscando também uma (re) construção de conceitos geográficos na geografia escolar.

 


1 David Ausubel O pesquisador norte-americano (1918-2008), dizia que, quanto mais sabemos, mais aprendemos. Famoso por ter proposto o conceito de aprendizagem significativa, ele é contundente na abertura do livro Psicologia Educacional: "O fator isolado mais importante que influencia o aprendizado é aquilo que o aprendiz já conhece".

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

ESPAÇO RURAL, ESPAÇO URBANO E SUA ARTICULAÇÃO.




Espaço Rural

A ideia do espaço rural como local de esvaziamento e pouco desenvolvido, é perpetuado devido a grande valorização dada a área urbana, principalmente na década de 1950 em que o processo de urbanização se intensificou passando de um país predominantemente Rural, para Urbano em meados da década de 1970. O país possuía cerca 26,35% (1940) e alcançou 68,86% (1980) na taxa de urbanização (SANTOS, 1996), devido a forte industrialização (1950) no qual o espaço urbano passou avançar ainda mais, atraindo a população rural para o urbano, principalmente aos grandes centros, pois estes espaços em teoria ofertava ua melhor condição de vida.
Até os dias atuais o espaço rural é considerado por muitos sinônimos de atraso, ultrapassado, imóvel no tempo, como uma vida de privações, onde a vivência só é possível, com muito trabalho ligado diretamente a terra, um lugar no qual oferce o mínimo necessário para viver, sendo considerados como área de dispersão demográfica.
Todavia o rural não necessariamente é local de baixa densidade demográfica, isto é bastante relativo, assim como as atividades que desenvolvidas, podendo ir além das atividades primárias ligadas a agriculta e pecuária. O rural desenvolve atividades diversas além do uso do solo pela população residente. Como o caso do agronegócio, além da vinculação das diversas atividades variadas, como a terciaria (característica urbana).
São José das Itapororocas, localizado no distrito de Maria Quitéria, da cidade de Feira de Santana – Ba, é um exemplo de uma área reconhecida como rural, mas que mantém uma organização e estrutura, com acesso a posto de saúde, escolas, internet, ou seja, mesmo mantendo características rurais como as relações interpessoais, organização espacial e atividades primárias. Existe o desenvolvimento, em todos os aspectos além das atividades primárias, diversos residentes exercem atividades diferenciadas, muitos trabalhando no comércio do município de Feira de Santana, ou seja, o espaço rural não deve ser caracterizado como sinônimo de esvaziamento ou atraso, ou condições de vida não dignas ou inferiores em comparação ao espaço urbano.
O espaço rural tem passado por um conjunto de mudanças com significativo impacto sobre suas funções e conteúdo social, o que tem levado ao surgimento de uma série de estudos e pesquisas sobre o tema em vários países, sobretudo nos desenvolvidos. Pois o processo de modernização, mecanização e de tecnização ampliou-se sobre a a agricultura, subordinando e/ou excluindo um grande número de pequenos produtores e trabalhadores rurais, indo em busca de trabalho na área urbana ou trabalhando para grandes produtores ou industrias, fortalecendo o trabalho acessório ou a pluriatividade para complementação da renda, assim observamos a crescente concentração fundiária, como também problemas ambientais e sociais.
O espaço rural vai além do número populacional, ou atividades econômicas estabelecidas, este espaço é compreendido em suas relações sociais estabelecidas, assim inclui-se, mas não determina os aspectos como atividades desenvolvidas.


Espaço Urbano















O espaço urbano em termos gerais, é o conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Tais usos definem áreas, como: o centro da cidade, local de concentração de atividades comerciais, serviços e gestão; áreas industriais e residências, distintas em forma e conteúdo social. Este conjunto de usos da terra é a organização espacial ou fragmentação do espaço urbano.
Ou seja, o espaço é fragmentado e ainda assim articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e campo de lutas. É assim a própria sociedade em uma de suas dimensões, aquela mais aparente, materializada nas formas espaciais.
Este espaço com base em Corrêa (1995) é produzido por agentes sociais que (re)fazem a cidade, sendo eles proprietários dos meios de produção, principalmente os grandes industriais, que utilizam de grandes espaços, pois necessitam de grandes áreas locacionais estratégicas, para suas atividades. Proprietários fundiários, no qual obtém de uma maior renda fundiária de suas propriedades, sendo de uso comercial e/ou residencial. Promotores imobiliários, agentes que realizam operações incorporação, financiamento, estudo técnico; construção ou produção física do imóvel; e comercialização ou transformação do capital-mercadoria em capital-dinheiro, agora acrescido de lucro. O Estado, na organização da cidade, na qual sua atuação é complexa e variável, refletindo no tempo e espaço sobre a dinâmica da sociedade que constitui. E os grupos excluídos são aqueles que não possuem renda para pagar o aluguel de uma habitação digna e muito menos para comprar um imóvel, grupo tal que não possui e condições básicas para uma vida digna.
Feira de Santana-Ba a partir da década de 1970 segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tornou-se uma cidade de população urbana, com cerca de 70,63% (IBGE, 2010), esse crescimento começou a acentuar-se na década de 1950. Com o processo de urbanização a cidade ampliou-se, tomando parte de áreas antes consideradas rurais, aumentando a mancha urbana.


Interrelação Rural e Urbano

Atualmente é difícil definir delimitar o espaço rural e urbano em sua essência, pois os limites definidos por leis, não necessariamente representa a realidade. Com aumento populacional do espaço urbano, acaba-se sendo necessária a ampliação dessas áreas urbanas “invadindo”, ou se apropriando a áreas rurais, devido ao crescimento em geral desordenado e sem planejamento.
            Os espaços rurais acabam sendo modificada também, pois características antes só encontradas nos espaços urbanos, hoje encontram-se também no rural, como atividades terciarias, serviços gerais e mais avançados tecnologicamente, alguns aspectos sociais e culturais começam a se interpor aos espaços antes caracterizados como mais conservadores, isso se dá através da aproximação existente entre esses dois espaços. Assim existe também a necessidade que empresas antes localizadas e concentradas nos espaços urbanos, passaram a se estabelecer em pontos estratégicos dos espaços rurais, modificando não somente a estrutura urbana, como principalmente a rural.
            O avanço das áreas urbanas sobre as rurais também ocasionam, além de problemas sociais, por falta de estrutura, pois aumenta-se as áreas mas não amplia-se a organização para uma melhor condição de vida, sendo um espaço antes rural e agora torna-se urbano, moradores dessas áreas nem sempre se adaptam essa mudanças e levam consigo e permanecem as características rurais, como ocorre em geral em áreas periurbanas, a população matem o uso da terra como principal, complementar  ou única fonte de renda com o cultivo e a pecuária em áreas urbanas, isto é mais encontrando em médias/pequenas cidades, além de manter outras características culturais e sociais.
Assim como o Brasil, a cidade de Feira de Santana apresentou um alto nível de processo de urbanização, sendo que em 1950 a porcentagem da população urbana era de 31,97% e a partir das décadas de 1970/80 ultrapassava a população rural, possuindo respectivamente 70,63% e 80,98% (IBGE, 2010). Com este crescimento pode apontar a concentração populacional e a necessidade da área urbana avançar sobre a rural, como o caso do bairro Gabriela que apresenta áreas em processo de urbanização, que ainda possui características rurais, como a agricultura periurbana que é fortemente encontrada no local.










                                         

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Espaço Geográfico



 

O principal objetivo desse blog é de promover um conhecimento amplo do termo Espaço Geográfico. Trazendo imagens, vídeos e links de sites que serviram de base para a obtenção de um melhor entendimento. Como o assunto proposto é para 8ª serie do Ensino Fundamental II, nos links buscamos referenciá-los de forma clara e objetiva para que conteúdo seja bem fixado. Elaboração; Danilo Marcos, Fernando Silva, Gabriel Amorim, Kécio Oliveira, Valdeir Vieira



O Espaço Geográfico é composto pela cidade e pelo campo



  O espaço surge na historia através da organização territorial dada pelo homem a relação pelo meio. Dois acontecimentos balizaram o inicio da historia, atuando em detrimento da relação estável do homem com o seu espaço, ou seja, primeiro a descoberta do fogo e segundo a pratica da agricultura nos primórdio das organizações das sociedades.  Ao andar pela cidade, podemos observar os prédios, as casas e as ruas dividindo espaço com as árvores; podemos ver o chão de asfalto em contraste ao chão de terra. Ao visitar uma área rural, podemos ver as cercas dividindo as fazendas, as plantações, a criação de gado, tudo isso dividindo espaço com as matas, os rios e outros elementos naturais. Tudo isso faz parte da transformação do Espaço Geográfico.



As cidades são grandes exemplos de espaço geográfico


   A Geografia é justamente a ciência que estuda o espaço geográfico. Imagine o município onde você mora. Imagine que, antes de ele ser construído, tudo era matas e florestas. Havia, então, apenas o espaço natural.


         O homem vai transformando a paisagem natural para atender as suas necessidades
  

  Em seguida, imagine que surgiram as primeiras propriedades, com a instalação das cercas, a construção de algumas poucas casas, as primeiras estradas, as primeiras plantações, os cultivos rurais. Nesse momento, o espaço natural começou a se transformar em espaço geográfico.
   Imagine também que, com o tempo, mais casas foram construídas e as grandes fazendas foram substituídas por lotes, casas e prédios. O espaço geográfico, nesse momento, consolidou-se nesse local.
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                    Observe que o homem está sempre transformando o espaço geográfico


   Perceba a sua cidade atualmente. Olhe para ela e veja que ela agrupa elementos naturais (árvores, rios, algumas matas) e elementos construídos pelo homem (casas, asfalto, prédios). O espaço geográfico é essa transformação do meio natural, é o produto da atuação do homem sobre o meio em que vive.

    É importante observar que não apenas a nossa sociedade atual produz espaço geográfico. Muitas civilizações pré-históricas, povos indígenas e outros também transformavam o seu espaço para garantir a sua sobrevivência e melhorar sua qualidade de vida. Portanto, podemos dizer que o espaço geográfico é quase tão antigo quanto o ser humano.

Quando especificamos o espaço geográfico, como, por exemplo, o espaço geográfico do Domínio do Cerrado, referimo-nos ao conjunto de elementos naturais, tais como relevoclimavegetaçãohidrografia, entre outros, e a partir dessa análise temos dados homogêneos que nos leva a pensar que cada um dos elementos será resultado da interligação entre eles.
  Por exemplo, o solo do cerrado é rico em hidróxido de alumínio, portanto sua vegetação sofre reflexos, pois suas folhas e galhos são retorcidos em razão desse fator. Também sabemos que o clima é tropical subúmido com um período de seca e um chuvoso, essas informações já são concretas.
  No entanto, surgiram novos conceitos acerca desse tema. A configuração da hierarquia das cidades provavelmente é proveniente do estudo do conjunto de atividades de bens e serviços disponíveis para aquelas populações que vivem nas proximidades (áreas rurais, cidades menores), nesse exemplo existe um espaço hierárquico e não homogêneo, como no caso do cerrado.
   Espaço Geográfico: lugar onde os seres vivos, inclusive os humanos, buscam instituir laços afetivos relacionados ao respeito ou mesmo ao temor.
  Percebemos, assim, que a noção de espaço geográfico é mais ampla que a de paisagem.      Ao pensarmos no espaço geográfico estamos pensando nos elementos e aspectos que existem nas paisagens, mas também nas diversas ações que as pessoas realizam nas paisagens. Essas ações correspondem aos variados tipos de atividades humanas: trabalho, estudo, lazer. Envolvem, portanto, relações econômicassociais e políticas. Trata-se de algo bastante dinâmico.

Espaço Geográfico Brasileiro x As atitudes humanas


 Desde que o ser humano deixou de sobreviver através do que a natureza lhe oferecia e passou a trabalhar para obter suas coisas, sanar suas necessidades e manter sua sobrevivência as transformações do espaço geográfico brasileiro foram mais visíveis.
  Com o trabalho o homem é capaz de conquistar muitas coisas e é a partir daí que começa o processo. Uma pessoa para construir uma casa , uma empresa ou qualquer outro imóvel necessita de espaço, sendo assim, é preciso tirar a natureza presente e construir.
 Com o passar do tempo a população continua a crescer, acontecem as revoluções, com destaque para a Revolução Industrial, momento em que os recursos naturais eram utilizados para fornecimento de matéria-prima, mais modificação.
 E quanto mais a tecnologia se desenvolve, mais meios são encontrados para que os elementos da natureza possam ser usados em favor dos interessados em acabar com os recursos.
 O que se dá em um espaço geográfico e, por isso, ele é definido como tal, é que há a interferência humana de acordo com as necessidades dos próprios. Se é preciso construir, destruir, cultivar, extrair ou criar o homem faz para realizar suas vontades.

Vamos pegar como exemplo umas das maiores cidade do Brasil. São Paulo Veja como o espaço fora modificado de 1900 para cá.

Cidade de São Paulo 1900

                                            Cidade de São Paulo 2010 em diante

 

Vídeo :O Espaço geográfico